sexta-feira, 27 de agosto de 2010




Ei, Sr. Tempo, quem te soltou as rédeas?
E fez de ti tão rápido?
Ei, Sr. Tempo, porque te apressas e galopas em passos linceados?

Sabe, Sr. Tempo, te manjo e te registro
Mas confesso
Quanto mais precipitas, concomitantes fenômenos me ocupam
De fato
Te curto mais e
Contigo
Destilo teus sabores
Acumulo mapas de histórias fabulosas
Alinhavo eventos em linhas conexas de interesse e similitude

Porém, Sr Tempo, reclamo fragmentos que estagnam
Se perdem ou desqualificam significados outrora fundamentais
É em ti que perco referenciais e construo outras bússulas
e sempre de ti restam cobranças da inteireza e completude que se pretende na jornada.

Sr. Tempo, desde quando se importa com isso? Melhor, será se importará?

Creio que não, Sr.

Imagino mesmo é teu regalo a cada novo menino que quer ser homem
E dos homens desejosos da meninice
Como deves se divertir com o mesmo olhar de dois extremos
- dos senhores e senhoras que, gastos à sua presença, refinam e apreciam as pequenas coisas comuns, como novas e absolutas fossem;
- e, dos primeiros entendimentos das coisas que refletem em matéria, o olhar da criança que deslumbra novidade e fantasia, a transformação da casa em reino, do reino em templo, do templo a redenção...

...de perdurar em ti...
...eternizar-se...

...mas...

Ei! Sr. Tempo, de que és mesmo feito? Como nos distinguimos de ti?

...ah, não me digas...

lembrei!

- Tu és.

Nós te vivenciamos.

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