Coisinhas e outras Palavras
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Crônica - Costume do olhar
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Crônica - A área tá cheia...de nada.
Sou vascaíno e minha paixão pelo futebol sempre foi alimentada pela mística da camisa cruzmaltina e seus grandes artilheiros mas sempre gostei mesmo é de Futebol, daqueles bem jogados e brilhantes.
Quanto ao Vasco, minha geração foi beneficiada com times que contavam com Mazinho, Giovani, Luís Carlos Wink, Pedrinho, Felipe, Juninho Pernambucano, Jorginho, Mauro Gauvão, Bismark, Sorato, Juninho Paulista, dentre tantos outros nomes que se consagraram campeões brasileiros e Sul-americanos (Libertadores e Sul-americana), porém era no ataque que tínhamos os grandes brilhos e espetáculos e nos últimos 25 anos conquistamos 3 brasileiros, uma Sul-americana e uma Libertadores, além de alguns estaduais e torneios menores.
Mas no ataque: temos o maior artilheiro do campeonato brasileiro de todos os tempos, Roberto Dinamite; revelamos Edmundo, que têm a maior média de gols em único campeonato (97); Romário – sem maiores comentários; e, mesmo Bebeto, revelado no rival Flamengo, teve seus melhores momentos no futebol brasileiro enquanto esteve no Vasco. Sim, o Vasco sempre teve ótimos ataques!
Agora, confesso estou entusiasmado com as possibilidades que o time apresenta enquanto conjunto. Nivelado pelo panorama atual do futebol brasileiro (como diria Ivan: o qual nos acostumamos ao baixo rendimento) e voltei a vestir a camisa em dias de jogos, colocar a bandeira no colo para torcer. Nunca abandonei o time, porém, era duro acreditar nos elencos e nos esquemas adotados nos últimos 10 anos.
Mas quero falar um pouco além do Vasco. Quero mesmo é tratar de um diagnóstico preocupante: estamos com déficit de atacantes no Brasil!
Como citei anteriormente, o Vasco sempre contou com atacantes de ofício, que além dos gols, protagonizavam jogadas excepcionais e funcionavam para o sucesso dos times em que jogavam mas o time cruzmaltino era mais um entre os grandes times do Brasil que contava com grandes atacantes. Hoje, todos estão à meia bomba e, à exceção de Neymar, sofremos uma total ausência de atacantes certeiros e decisivos.
Peço aos leitores que me ajudem e me indiquem algum grande atacante que possa eu colocar os olhos para melhor análise, pois, além de torcedor do Vasco, sou admirador do bom futebol e, como outrora perdi entusiasmo em torcer pelo meu time, hoje tenho ânimo algum em assistir qualquer jogo que seja. Para que entendam: acreditei que Santos x Corintians seria um grande jogo, Neymar x Liedson prometiam e...tédio.
Para o bem da verdade gosto de alguns jogadores, porém nenhum deles atua no Brasil. Nilmar é o destaque. Mesmo André (ex-menino da vila) também me agrada, mas não são aqueles que entram em campo e podemos dizer com certeza: agora vai!
Assim foi com Romário, assim com Edmundo, assim foi com Ronaldo Fenômeno, mesmo Renato Gaúcho, Careca, Müller, e até Túlio eram decisivos. Vejam que me restingi aos atacantes (para mim, a posição mais carente no Brasil hoje), pois poderia continuar a lista e enumerar Zico, Falcão, Sócrates, e uma infinidade de craques mas me preocupam mesmo são os atacantes!
Isso tudo me lembra um comentarista (não recordo quem) que certa vez profetizou, no início da presente década, que o futebol brasileiro corria sério risco de perder uma geração de atletas pois as escolinhas e as bases dos clubes brasileiros estavam investindo em atacantes grandes, robustos, bons de cabeceio pois essa era a tendência de mercado e consumo dos clubes da Europa. Agora, estamos sem os baixinhos e é um magricela moicano quem apavora as zagas de norte à sul e fronteiras além.
Quero ver gol de baixinhos no meio da zaga sueca e poder ver um jogo qualquer com direito a jogadas diferenciadas e conscientes. Porém, com o triste sabor da realidade, na quarta-feira próxima, vou torcer para que os medianos Wiliam e Rafael Coelho (dois ex jogadores do Vasco) estejam menos inspirados que Edér Luís e Alecsandro e que meu time retome sua trajetória de grandes viradas e títulos.
Para finalizar, me entristece até o Flamengo ter admirado Obina e hoje depender de Deivid, me entristece o Fluminense acreditar que Fred é o supra-sumo dos atacantes(com direito a moradia “Fasiônica” – não resisti a corruptela), o Botafogo não ter senão um Uruguaio como seu maior ídolo no momento, e o Vasco...bem, meu senso de auto-preservação me impede de terminar a sentença e deixo ao critério do leitor declarar o final que melhor apetecer.
Tenho dito!
ps.: VAAAASSSCOOO!!!
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Poesia - No Alto da Montanha
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Carta ao amigo Renatinho,
Salve velhinho! Deu vontade de te escrever essas linhas e agora boto os dedos a teclar quase à velocidade da mente tudo isso que se segue.
Quero te lembrar e registrar dois carnavais.
No primeiro, amigo, eu estava na roubada. Morava nas Braunes, era sexta de carnaval e chovia em Friburgo, como de costume. Depois do bloco das piranhas restava já as trevas e nada instigava continuar naquele cenário não fosse a chuva que desanimava qualquer subida de ladeira acima. À porta do boteco da Farinha Filho te pedi um cigarro e, nem me lembro de quê, engatamos animada conversa sobre Friburgo. Dentre referências aqui, outras ali, logo chegamos ao amigo em comum: Monjão. Figura amada é nosso Monge! Pronto, estávamos selados com o melhor dos predicados poderíamos dispor um do outro: tu amigo do Igor de infância; eu sócio do grande Monge na Urânia. Precisados de mais nada, tu me salvas das águas e das ladeiras ingrímes e durmo na centenária casa da Sete de Setembro. Começou ali uma grande amizade.
Sabe velhinho, já nem se contam o número de comemorações especiais dividimos: meus aniversários na casa da vovó e da tia; festa da montanha mágica; teu aniversário com direito a “frisbie” em Icaraí; até discurso em noite de natal eu proferi em tua casa, com tua tanto minha adotada família. Jogos do Vasco, Junito Brandão de Souza e toda mitologia, Foucalt, Thompson, Eric Hobsbawn e uma rodada de general antes da aulas. “La vecchia Donna” em missão de cachoeira nessa terrinha abençoada que nos uniu em fraterna comunhão. Acompanhamos os projetos do amor, essa eterna quimera, que torcemos fossem definitivas e, em cada nova missão, reciprocamente, devotamos todas as felicidades. Aliás, desde a fase célebre da morada das Braunes, somente Suriam persiste e, ao que parece, logo teremos outra comunhão para comparecer.
Pois bem irmão, malogrado num, agora renascido no amor da linda morena (dessas belezas de dimensões profundas que mechem com a gente) recebi o grande convite para o segundo carnaval, antes aqui anunciado seria lembrado.
Qual ciclo cósmico misterioso, eu estava sentado em um restaurante ao lado daquele boteco que há exatos 8 anos atrás nos conhecíamos, quando tu me ligas para perguntar: “o que você vai fazer no domingo de carnava¿”, respondi que ia ao Rio de Janeiro e tu logo emendava: “então se prepara que vai ser o meu casamento com Marcele”. Liliane à minha frente é testemunha do furor de minha felicidade e euforia. Que felicidade irmãozinho meu, saber e sentir tua grandeza de espírito para, no mais dos carnais dos eventos dessa humanidade nossa, celebrar o divino encontro de duas almas. De pronto, meu querido, lembrei da cervejinha que tomamos na Ladeira Robadey, quando me contavas, com entusiasmo, da beleza da mulher que animava. Com o carinho de irmão registrei aquilo como algo realmente especial, sentimento que te tomava como jamais, d’entre todas as histórias existentes, eu vira em teu rosto “trakinas” de ser. É irmão, tu me ligava para realizar um convite generoso de ser porta voz da celebração daquele amor que te avermelhava a face e, naquele instante, com o teu convite, chorei.
Chorei irmão! Chorei pelo ciclo cabalístico da coisa toda e de receber de ti tal voto e incumbência que, tenho certeza, seria desejada por muitos. Tu me ligas quando eu estou exatamente no local d’onde começamos a história de nossa amizade, me convidas quando também eu (e creio essa seja a novidade desta carta) comemorava minha comunhão pois eu e Liliane havíamos acabado de encerrar o contrato da casa que conhecestes (havia naquele instante a concretização do projeto do amor da vida eterna) e tu me chamas para ser o mestre de cerimônia do teu projeto! Chorei mesmo.
Daquele dia em diante, há duas semanas da data feliz, passei a orientar meu espírito com todas as forças para dignificar o convite feito. Pensei, pesquisei rituais, perguntei ao hetério como desempenhar esse papel com toda honradez cabível. Mentalizei Marcele e alimentei, todos os dias um carinho profundo pelo sorriso de vocês – memória daquele almoço na Rua Sete – assim como evoquei, novamente, tua cara feliz ao me contar o como ela te “aperreava” o juízo na redação do jornal.
Sabe Rena, cheguei até a fazer roteiro, "escrevinhei" script na madrugada mas joguei tudo fora. Teimava mas tive que admitir que seria ali, de pronto, como sempre, que a verve e o verbo se revelariam para conjurar o amor de vocês dois e, com toda dedicação, o maior esforço era mesmo o de promover uma grande aura de proteção sobre os amantes.
Eis, então, grande amigo-irmão, que rompi no espaço todas as palavras que estavam imanentes à espera daquele momento e, com toda metafísica possível, incorporei o jagunço casamenteiro sem medo de errar. De fato, sabia apenas que tuas juras recíprocas de amor precisavam de momento certo e preciso, e, que com a benção de todos os amigos ali presentes, restasse claro que a fantasia é o espírito da realidade e sob a crença de meus afilhados soubessem todos, encarnados ou desencarnados, que o sacro e o profano habitam no amor e, com ele, há de ser feito um eterno carnaval: da folia à rebordosa, para que tudo se renove e venha o novo ciclo da vida.
Feliz assim,velhinho, lembrarei desse momento de honra e, com muita vaidade, baterei sempre no peito a dizer que fui símbolo de sua união e fala para tua amada que a trarei sempre no peito com todo carinho, pelos olhinhos brilhantes de alegria e os choros de felicidade que vocês nos brindaram naquele domingo de carnaval.
Com amor, do padrinho,
Thiago Mello
segunda-feira, 14 de março de 2011
Poema - Dia-a-dia
quinta-feira, 10 de março de 2011
Cinema
Carnaval
Carnaval. Tempo de liberdade do humor e aceitação de tudo aquilo que nos aborrece no dia-a-dia. Esse ano fui para o Rio novamente e como estava cheia a cidade! Impressionante o número de pessoas nos blocos, nas filas dos restaurantes, na fila dos banheiros, enfim, algo assim inimaginável. Porém, o que vi foi só alegria. Pessoas fantasiadas no metrô às 7 da manhã, fantasiadas nas ruas às 0 horas, fantasiadas em todos os lugares, de todas as formas.
A questão de ser ou não ser mijão de rua tomou conta de todas as conversas, sempre que se comentava o número de pessoas que estavam nos blocos. Me pergunto se a prefeitura não deveria fazer um convênio com os estabelecimentos comerciais para que estes autorizassem o uso de suas dependências pelos foliões da cidade. Juro que tentei ao máximo respeitar a cidade mas houveram umas duas situações que simplesmente não deu e, com toda culpa cristã que me povoa, molhei a estrutura da perimetral ao lado da Praça XV. Confesso com vergonha mas livre da hipocrisia, pois fui resistente até o último minuto. A fila do Banheiro ia do início da Praça XV até o Arco do Teles, ou corria para a perimetral ou faria nas calças. Aliás, fantasia de Bebê, com fraldão, passaram a chamar muito mais minha atenção, assim como, chamou minha atenção uma moradora de rua que montou uma estrutura de lona e cobrava um real por mulher para que essas se aliviassem, também embaixo da estruturada Perimetral.
Sábado eu e Lili fomos para A Banda de Ipanema, com meu pai, Silvana, Pablo, Rosana e Alagoinha. Lá encontramos a “Dilma”, o sobrevivente da enchente e outras tantas fantasias originais que lotavam a praia. Conversamos um bocado, tomamos várias cervejinhas e voltamos cedo para casa.
No domingo celebrei um casamento (que merecerá post próprio) e, para tanto, acordei às 6 horas da manhã pois a concentração estava marcada para 8 horas da manhã, em frente à Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. No Cordão do Boitatá vi umas das melhores fantasias de caranaval: um gordinho vestido de jogador da Seleção Brasileira de Futebol, com a camisa do Ronaldo Fenômeno com uma placa escrita “Hipotiroidismo é Foda!”. Hahahahaha. Achei sensacional! Ainda deu tempo de chegar em casa, descansar um pouco e depois curtir um cineminha no Roxy, onde assistimos o “Discurso do Rei” (que também receberá um post próprio), que agradou bastante.
Segunda reservei para ficar com meu pai e curti-lo um pouco mais. São poucas as vezes que nos vemos por ano e, depois da catástrofe, restou claro como a vida é efêmera e devemos curtir as pessoas que amamos o máximo quanto pudermos. Calhou que a programação dele atendeu à uma curiosidade pois estava bem interessado em ver o estreante bloco “Sargento Pimenta”, com músicas dos Beatles, e, como fomos ao “Bloco da Segunda”, pudemos (eu e Lili) dar uma checada e cantar (dentre outras) “Twist and shout” na maior vibração com cerca de 10 mil pessoas apinhadas em uma pequena rua de Botafogo. O bloco incendiou a multidão e provou que Beatles são eternos e para todos os gêneros de música e geração de ouvintes. Todos, a despeito do aperto, eram só sorrisos e animação. Delicia!
Durante tudo isso, recebíamos notícias que chovia bastante em Friba. O coração apertava mas nenhuma notícia triste aconteceu.
Terça subimos a serra com a alma lavada e fomos dar uma mãozinha no Toka do Siri onde os sogrões e cunhados ralavam servindo os melhores frutos do mar da cidade.
Foi um carnaval para guardar, com todo carinho, na memória.
sexta-feira, 4 de março de 2011
Retorno
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Filmes - Violência no Brasil
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Poesia - Acalanto
Avia verso
Larga do meu peito
Pois é certo o deserto
Que a vida deixa quando se vai
Desprende
Letras e palavras
E aperta o passo
Da rima para desfecho
Põe no eixo
Tudo que é saudade
Para que essa dure pouco
E se faça memória:
- quanto de farinha para o empadão?
- quanto de manteiga para o risole?
- quanto de hortelã para o tabule?
- quanto de cebola para a tortilha?
Avia vida
Dá prosseguimento
E acalanta os nossos
Com novas receitas em nossas cozinhas
Nos faça
Imprescindíveis aos novos
Folclóricos, Históricos e fundamentais
Tal qual ela:
- tempo ruim, boa cara.
-bom cabrito não berra.
- o irremediável remediado está.
- o que aprendi hoje?
Pois assim a saúdo
Em verso e vida
E no contínuo da jornada
Te salvo rainha
Pois assim a saúdo
Em vida e verso
Rememorando os dias
Para o frescor da lucidez
Tal qual tu sempre quis.
Avia verso!
Avia vida!