sexta-feira, 20 de maio de 2011

Crônica - A área tá cheia...de nada.


Sou vascaíno e minha paixão pelo futebol sempre foi alimentada pela mística da camisa cruzmaltina e seus grandes artilheiros mas sempre gostei mesmo é de Futebol, daqueles bem jogados e brilhantes.

Quanto ao Vasco, minha geração foi beneficiada com times que contavam com Mazinho, Giovani, Luís Carlos Wink, Pedrinho, Felipe, Juninho Pernambucano, Jorginho, Mauro Gauvão, Bismark, Sorato, Juninho Paulista, dentre tantos outros nomes que se consagraram campeões brasileiros e Sul-americanos (Libertadores e Sul-americana), porém era no ataque que tínhamos os grandes brilhos e espetáculos e nos últimos 25 anos conquistamos 3 brasileiros, uma Sul-americana e uma Libertadores, além de alguns estaduais e torneios menores.

Mas no ataque: temos o maior artilheiro do campeonato brasileiro de todos os tempos, Roberto Dinamite; revelamos Edmundo, que têm a maior média de gols em único campeonato (97); Romário – sem maiores comentários; e, mesmo Bebeto, revelado no rival Flamengo, teve seus melhores momentos no futebol brasileiro enquanto esteve no Vasco. Sim, o Vasco sempre teve ótimos ataques!

Agora, confesso estou entusiasmado com as possibilidades que o time apresenta enquanto conjunto. Nivelado pelo panorama atual do futebol brasileiro (como diria Ivan: o qual nos acostumamos ao baixo rendimento) e voltei a vestir a camisa em dias de jogos, colocar a bandeira no colo para torcer. Nunca abandonei o time, porém, era duro acreditar nos elencos e nos esquemas adotados nos últimos 10 anos.

Mas quero falar um pouco além do Vasco. Quero mesmo é tratar de um diagnóstico preocupante: estamos com déficit de atacantes no Brasil!

Como citei anteriormente, o Vasco sempre contou com atacantes de ofício, que além dos gols, protagonizavam jogadas excepcionais e funcionavam para o sucesso dos times em que jogavam mas o time cruzmaltino era mais um entre os grandes times do Brasil que contava com grandes atacantes. Hoje, todos estão à meia bomba e, à exceção de Neymar, sofremos uma total ausência de atacantes certeiros e decisivos.

Peço aos leitores que me ajudem e me indiquem algum grande atacante que possa eu colocar os olhos para melhor análise, pois, além de torcedor do Vasco, sou admirador do bom futebol e, como outrora perdi entusiasmo em torcer pelo meu time, hoje tenho ânimo algum em assistir qualquer jogo que seja. Para que entendam: acreditei que Santos x Corintians seria um grande jogo, Neymar x Liedson prometiam e...tédio.

Para o bem da verdade gosto de alguns jogadores, porém nenhum deles atua no Brasil. Nilmar é o destaque. Mesmo André (ex-menino da vila) também me agrada, mas não são aqueles que entram em campo e podemos dizer com certeza: agora vai!

Assim foi com Romário, assim com Edmundo, assim foi com Ronaldo Fenômeno, mesmo Renato Gaúcho, Careca, Müller, e até Túlio eram decisivos. Vejam que me restingi aos atacantes (para mim, a posição mais carente no Brasil hoje), pois poderia continuar a lista e enumerar Zico, Falcão, Sócrates, e uma infinidade de craques mas me preocupam mesmo são os atacantes!

Isso tudo me lembra um comentarista (não recordo quem) que certa vez profetizou, no início da presente década, que o futebol brasileiro corria sério risco de perder uma geração de atletas pois as escolinhas e as bases dos clubes brasileiros estavam investindo em atacantes grandes, robustos, bons de cabeceio pois essa era a tendência de mercado e consumo dos clubes da Europa. Agora, estamos sem os baixinhos e é um magricela moicano quem apavora as zagas de norte à sul e fronteiras além.

Quero ver gol de baixinhos no meio da zaga sueca e poder ver um jogo qualquer com direito a jogadas diferenciadas e conscientes. Porém, com o triste sabor da realidade, na quarta-feira próxima, vou torcer para que os medianos Wiliam e Rafael Coelho (dois ex jogadores do Vasco) estejam menos inspirados que Edér Luís e Alecsandro e que meu time retome sua trajetória de grandes viradas e títulos.

Para finalizar, me entristece até o Flamengo ter admirado Obina e hoje depender de Deivid, me entristece o Fluminense acreditar que Fred é o supra-sumo dos atacantes(com direito a moradia “Fasiônica” – não resisti a corruptela), o Botafogo não ter senão um Uruguaio como seu maior ídolo no momento, e o Vasco...bem, meu senso de auto-preservação me impede de terminar a sentença e deixo ao critério do leitor declarar o final que melhor apetecer.

Tenho dito!

ps.: VAAAASSSCOOO!!!

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