Foto: divulgação
A sonoridade do Bild me remete ao espírito jovial e eterno do punk rock, sem a agressividade desnecessária ou injustificada de meninos mimados que tentam ou tentaram repercutir o movimento iniciado na decadente cena londrina da década de 70.
No repertório, Bild apresenta músicas (cantadas em português e inglês) que soam melodias palatáveis e nos vocais, de Raphael Cunha e João Clemente, nenhuma pretenção de ser qualquer outra coisa além do que é! Aliás, embora em torno ou atrás de tudo sempre exista uma vontade e uma pretensão, parece mesmo que os rapazes do Bild somente se preocupam com uma coisa: fazer o que lhes agrada, sem maiores pretensões! Isso me agrada. Certas dissonâncias, certos posicionamentos vocais de "She talks in Ridle", por exemplo, são exatamente o tempero característico da musicalidade da banda: um certo charme blasê, definitivo e personalíssimo.
Basta perceber a eficiência econômica e precisa da bateria de Ricardo Ralmi, que destoa do universo de vaidades e virtuosismos em moda no tempo do exagero. Sua viradas curtas, seus contratempos e o uso preciso e inteligente dos pratos denotam a sensibilidade e carinho com que percebe e trabalha seu instrumento, sem deixar de apresentar a virilidade que se espera de um bom e velho rock'n roll!
Enfim, me agrada muito a banda por um detalhe hoje muito difícil de encontrar: originalidade.
Não a originalidade de algo realmente novo, mas a originalidade de fazer a coisa de forma própria, sincera, de maneira que soa novo aquilo que é um universo de referências antigas, colcha de retalhos de tantas outras influências (The Stooges, Lou Reed, Sex Pistols, The Clash, The Smiths, entre tantos outros). Essa originalidade que torna a sonoridade do Bild tão envolvente num equilíbrio sutil e gostoso entre virilidade e delicadeza, química deliciosa para o prazer humano, espero contagie a todos que gostam desse estilo de musica e tenha vida longa o ciclo criativo do Bild!
Para pesquisa e deleite:
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