quarta-feira, 26 de maio de 2010

Tributo - Nova Friburgo


Nova Friburgo

Completaste anos e os anos deixam marcas minha querida. Marcas dos homens que sangram tuas terras, desmatam, erguem moradas e queimam tuas matas. Anos em que morrem teus rios e que rios outros agonizam. Tuas ruas apresentam buracos e cansadas soltam suas pedras, por onde passamos e desviamos como normal fosse você desfolhando teu chão.

Muitos maldizem aqueles que aqui moram, qual não maldissessem a si próprios, e, outros tantos, não crêem ou vislumbram futuro sadio para ti. De fato, muitos aqui sofrem: de pobreza e misérias tão tipicamente humanas que pululam em teu Fórum, teus hospitais, tuas residências.

No entanto, amada cidade, os anos também fazem brotar homens e mulheres que te zelam e te guardam. Te projetam e esperam de ti, como da beleza de teu céu e montanhas, recanto eterno da esperança. Esperança, essa mesma, que alimenta o espírito, traz a força da luta a erguer trincheiras de teus filhos mais aguerridos em tua defesa, pois, em ti residem e atuam brilhantes seres humanos.

Pode-se dizer, preciosa, que sofres da diáspora de outros tantos filhos teus. Esses que aqui não puderam desenvolver plenitudes e alçaram vôos em terras outras por carências tuas, aparentemente insuperáveis ou insuportáveis.

Mas rogo-te, maravilhosa, que de tua jurisdição sobrevalecerão aqueles que te pacificarão e juntos construirão consensos possíveis e desejáveis e serás, como deves, realidade do sonho que tão pacientemente miras no horizonte distante, qual teu cão sentado, vigilante.

Assim, minha cidade, te parabenizo por teus homens e mulheres que trabalham por justiça, por solidariedade, pela construção de um mundo novo e possível de realidade melhor e diversa de agora. Parabenizo pelo futuro e agradeço pelo berço, gestado ou adotado, de tantos humanos belos e generosos, uns com os outros e contigo, que querem verdes e íntegras tuas matas, teus rios, teu espírito, felizes teus filhos.

Que a sorte das cidades mais esplendorosas recaia eternamente sobre ti e, assim amada, transborde sobre nós.

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